Felipe Herscovici Martines CRP 06/143448
O processo terapêutico é um trabalho colaborativo feito a quatro mãos, pelo paciente e seu terapeuta, onde busca-se que o paciente possa viver de forma mais feliz, mais saudável e até mais produtiva. ​Mas quando deve-se fazer terapia?
Ansiedade
Sentir ansiedade é algo que todo mundo já vivenciou. Porém, existem momentos da vida onde a ansiedade é tanta, que parece tomar conta da vida e viver fica muito mais difícil. Abaixo é possível ver alguns dos sintomas mais comuns da ansiedade que se não forem tratados, podem até se desenvolver para casos mais graves de ansiedade, como a síndrome do pânico.
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Sintomas psicológicos da ansiedade
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Constante tensão ou nervosismo
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Sensação de que algo ruim vai acontecer
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Problemas de concentração
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Medo constante
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Descontrole sobre os pensamentos, principalmente dificuldade em esquecer o objeto de tensão
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Preocupação exagerada em comparação com a realidade
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Problemas para dormir
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Irritabilidade
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Agitação dos braços e pernas.
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Sintomas físicos da ansiedade
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Dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração
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Respiração ofegante ou falta de ar
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Aumento do suor
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Tremores nas mãos ou outras partes do corpo
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Sensação de fraqueza ou fadiga
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Boca seca
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Mãos e pés frios ou suados
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Tensão muscular
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Dor de barriga ou diarréia.
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Sintomas do ataque de pânico
Os ataques de pânico, ou crises de ansiedade, são uma reação comum aos transtornos de ansiedade, principalmente na síndrome do pânico. Suas principais características são:
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Sensação de nervosismo e pânico incontroláveis
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Sensação de morte
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Aumento da respiração
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Aumento da frequência cardíaca
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Tonturas e vertigens
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Problemas gastrointestinais.
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Em alguns casos, os sintomas físicos são tão intensos que podem ser confundidos com doenças como infarto e outros eventos cardiovasculares.
Depressão
Há uma grande diferença entre tristeza e depressão. A tristeza pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, em que a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está acontecendo e geralmente não dura muito tempo. Já na depressão, é vivenciada uma tristeza muito profunda que se estende por um grande período de tempo e que impede o sujeito de viver normalmente. Muitas vezes uma situação muito impactante e estressante na vida do individuo, se não for elaborada, pode levar a quadros depressivos. A depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que 5,8% da população seja afetada pela doença. Abaixo, alguns do fatores de risco para o desenvolvimento de um quadro depressivo.
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Violência: Sofrer violência física, sexual ou emocional pode aumentar a vulnerabilidade psicológica, agravando as chances de desenvolver a depressão.
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Conflitos: A depressão em alguém que já tem predisposição genética para a doença, pode ser resultado de conflitos pessoais ou disputas com membros da família e amigos.
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Morte ou perda: A tristeza ou luto proveniente da morte ou perda de uma pessoa amada, por mais que natural, pode aumentar os riscos de desenvolver depressão
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Eventos grandiosos: Eventos negativos, como ficar desempregado, divorciar-se ou se aposentar, podem ser prejudiciais. Porém, até mesmo eventos positivos, como começar um novo emprego, formar-se ou se casar, podem ocasionar a depressão. Entretanto, é importante reiterar que a depressão não é apenas uma simples resposta frente a momentos estressantes do cotidiano, mas algo mais persistente.
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Problemas pessoais: Problemas como o isolamento, causado por doenças mentais, ou por ser expulso da família e de grupos sociais, também podem contribuir para o surgimento da depressão, assim como baixa autoestima.
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Doenças graves: Às vezes, a depressão pode coexistir com uma grande doença, como por exemplo, o câncer. Ou, então, pode ser estimulada pelo surgimento de um problema de saúde.
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Abuso de substâncias: Aproximadamente 30% das pessoas com vícios em substâncias, como álcool, cigarro, remédios e drogas ilícitas, apresentam depressão clínica ou profunda
Relacionamentos
Se relacionar, faz parte da vida. O ser humano por si só, é um ser social que esta constantemente se relacionando com o mundo e consequentemente, com outras pessoas. As relações de maior proximidade, como relacionamentos familiares e amorosos, podem trazer muita alegria e também as vezes, muita tristeza e angustia.
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Poder olhar para essas relações e refletir sobre a função delas na vida do individuo, é um dos intuitos da terapia. Talvez você não tenha certeza sobre o futuro de um relacionamento ou sente que não está vivendo a vida que gostaria de viver. Ter uma noção mais consciente do que lhe incomoda em uma determinada relação, possibilita uma atuação mais honesta consigo mesmo e com seus desejos. Todo esse processo de reflexão e descoberta, pode te ajudar a obter a transformação que deseja, onde muitas vezes culmina na adoção de novas perspectivas e atitudes.
Luto
O luto é um processo sentimental que ocorre quando o ser humano perde algo ou alguém importante. A angústia causada pela falta é dolorosa, mas é importante vivenciar esse estado emocional para conseguir seguir em frente. Cada um tem uma experiência completamente individual com a perda. Mesmo que haja um grupo ou família passando pelo luto ao mesmo tempo, cada um expressará seus sentimentos de forma diferente, com mais ou menos intensidade. É importante frisar que o luto não irá ocorrer apenas ao perder pessoas queridas. As mudanças também desencadeiam o mesmo sentimento, seja ao terminarmos relacionamentos, perder animais de estimação ou perder objetos significativos.
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O processo de luto não precisa ser marcado necessariamente por uma desestrutura emocional, trazendo choros compulsivos, crises de ansiedade, etc. O luto também é particular e, por vezes, pode ser vivenciado em silêncio, com a continuidade da vida profissional e particular. Isto não significa que a pessoa não esteja carregando e elaborando o sofrimento desta perda, já que não há regras sobre como devemos reagir às adversidades da vida.
O importante é sair da fase de negação e passar para a aceitação do ocorrido. Quando fazemos isso, não há problemas em não acontecer a melancolia. Entretanto, é muito importante que você tenha a ajuda de um profissional para entender se a tristeza realmente não ocorreu neste processo, ou se você está no período de não aceitar a morte ou perda.
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O luto não é uma doença ou síndrome, nem mesmo sinônimo de vida desestruturada. Cada caso apresenta particularidades, mas de maneira geral, ele não permanece por toda nossa trajetória.
Autoconhecimento
O autoconhecimento é a capacidade que temos de entender nossa personalidade e o que motiva as emoções que sentimos. Conhecer a si mesmo, possibilita prever como reagir a determinadas situações, interpretando os sinais que a mente nos dá, para assim, quebrar padrões de comportamento destrutivos e elaborar novas formas vantajosas de viver a vida.​
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Quem conhece a si mesmo também é capaz de respeitar os próprios limites, delimitando o que gosta ou não. Todo esse processo, abre portas para novas possibilidades de existência no mundo e uma atuação mais consciente no dia-a-dia.
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Além de ter um melhor convívio consigo mesmo, a pessoa que se conhece também aprimora seus relacionamentos interpessoais.
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